jeudi, novembre 01, 2007

o que vi, ouvi e senti no tim 07

nem tudo foram flores...
pois é, já começo assim pra deixar claro que apesar de experiências maravilhosas que tive, o tim festival esse ano ficou bem aquém do podia e do que tinha pretenção de ser.


dos preços a produção geral, dos atrasos ao som.. muitos foram os fatores que justificam o que eu disse a pouco.
mas eu realmente prefiro falar das experiências boas...


a performance (ou show?) da Bjork, por exemplo!
um show espetáculo. tudo que eu imaginava da bjork e um pouco mais. uma obra de arte.
primeiro ela, com um figurino louco, dourado, cabelos soltos e balançando sempre a cabeça e correndo de lá pra cá. a direita um nipe de sopros composto por 10 meninas tocando trompas, trompetes.. também com figurinos caprichados e maquiagem à la bjork com olhos puxados; fora as luzes, os raios verdes que pareciam escrever no teto, o instrumento-arte reactable, que participou da exposição FILE (Festival Internacional de Linguagem eletrônica) esse ano em sp...
enfim, uma loucura. e o som era apenas um dos elementos que compunham o espetáculo. um som não orgânico, não muito reconhecido pelos nossos corpos ocidentais, e principalmente brasileiros. o ritmo era quebrado, torto. mas vibrava, e muito, ainda mais no chão de madeira da estrutura do tim, que fazia reverberar até o fio de cabelo. muito bom!
no final ela deixou as mais animadas e o público delirou. quase levam abaixo o chão de madeira com os pulos na música "declare independence".

e ainda o show delícia da Cat Power!!
nossa, que surpresa boa!
eu já gostava do som, tenho os dois últimos cds, mas no palco é outra coisa.
eu defini como um show envolvente. que você está lá por inteiro.
a base, a cama ou a cozinha (chame como queira), é um bluesão impecável, redondo. tudo funciona e flui junto.
e ela com a voz sutil, levemente rouca, não conta com nenhuma contribuição visual, como na bjork, por exemplo. a cat power entra simples, natural, como qualquer menina que pudessemos cruzar num shopping... mas ela cresce no palco, tem uma presença que te anima.
muito, muito bom show.

o Antony and the Johnsons foi emocionante, na verdade até certo ponto, porque a má organização do festival não deixou que o espetáculo fosse inteiramente belo.
ele eu dispenso apresentação, só digo que a sensibilidade e a delicadeza vivem a flor da pele.
mas infelizmente nem o público nem o tim sabem lidar com tamanha delicadeza.
desde o som: baixo, dificilimo de ouvir o piano e o cello; ao público que não parava de falar um minuto. também burrice da organização que coloca um show daquele num espaço tão grande, e pra pessoas que estão no clima 'balada'.
soube que o show no auditório do ibirapuera aqui em sp, foi extasiante. acredito!

bom, pulo para o sábado, já que minha opção por assistir ao antony e cat power, me fez perder de ver os dois showzões do hot chip e artic monkeys no palco ao lado... pena.

sábado em sua grande parte se resume a FUNK!

aquele mesmo, o carioca, que muitos moderninhos e cults abominam, mas que começa cada vez mais a ganhar espaço dentro desse mesmo nicho. o palco do 'funk mundial' trazia alemão, americano e inglês misturando funk carioca com miami bass, house, drum & bass... uma salada com o mesmo objetivo: fazer rebolar. e claro, também os brasileiros: DJ Sandrinho e Malboro, mostrando o que pega nos bailes dos morros. o sandrinho (que tenho produzido atualmente, motivo de eu estar no rio, devidamente encrachazada no tim) é do morro do borel, e é super conhecido na europa e no resto do mundo, enquanto que aqui pro grande público apareceu agora com o tim.

mas o meu sábado 'farra' só começou depois das 4h da manhã quando acabou a labuta. mas ainda assim consegui ver e viver coisas muito legais!

a começar pelo show, balada do Girl Talk! putz, foi foda, mashup na veia. só lembrei do alexandre matias e suas previsões de que mashup é o futuro. que foi o que pareceu. um dj no enorme palco do tim, que pulava mais que qualquer um na platéia, que por sinal foi convidada a subir no palco e ficar até o fim da festa! mesmo com um número não tão grande de pessoas na pista, não havia um que restasse parado!

depois direto pro diplo / malboro - mais uma rebolada

e no fim, pra mim a melhor parte da noite, ou do dia, ou melhor, foi ver o nascer do dia na área central do festival, ao som de clássicos de cartola, roberto carlos, caetano, tom, etc etc! foi lindo demais! depois de toda a loucura, de tanto barulho, de tantos sons, tantas propostas de novos sons, o melhor mesmo foi ouvir pela milhonesima vez aquelas canções lindas que vão ser sempre novas e de quebra todos os cartões postais cariocas juntos, a baía, o pão de açúcar, o cristo e uma lua cheia de matar!....

foi o fim perfeito de duas boas, mas não tão perfeitas noites.

ou o começo, porque como dizem minhas amigas de recife: foi o nosso reveillon antecipado!

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