mardi, juin 28, 2011

Um Labirinto em Cada Pé

resenha minha publicada ontem no Uia Diário.


Labirintos sempre me lembram do escritor argentino Jorge Luís Borges. Sua fixação por eles em seus textos é grande, seus labirintos sempre apontam o infinito, labirintos de palavras, ideias, símbolos. Até a vida, em seus caminhos e bifurcações, são para ele “invisíveis labirintos de tempo”.

‘Um Labirinto em Cada Pé’ é o título do quarto álbum do cantor e compositor paulistano Romulo Fróes, que assim como Borges, expõe seu particular labirinto de sons e palavras. Mas esse não é um labirinto de percursos intrincados, mas sim de possibilidades e encontros. Nesse disco Romulo amadurece e apresenta uma bonita e harmônica seleção de canções.

Em 2009, Romulo, em pleno percurso labiríntico de sua trajetória musical, lançou o genial ‘No Chão Sem o Chão’. Nesse disco duplo o cantor explorou todo seu rico repertório e abriu espaço para experimentações. Se desfez do rótulo de sambista triste, adquirido com os primeiros álbuns, e trouxe novas sonoridades, desde um som pesado, roqueiro a leveza de marchinhas e frevos. ‘No Chão Sem o Chão’ coloca definitivamente Romulo como um importante personagem na cena musical, que busca e aponta novos caminhos para a canção brasileira.

‘Um Labirinto em Cada Pé’ chega como um álbum coeso. Romulo encontra um equilíbrio musical, onde o samba tem novamente um espaço importante, mas não está em primeiro plano, é apenas um ponto de partida. Para chegar nessa síntese, Romulo contou com o auxílio luxuoso do cavaquinho e violão de Rodrigo Campos, outro sambista “torto” e incrivelmente talentoso, e de sua ótima banda formada por Guilherme Held (guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Pedro Ito (bateria) e Thiago França (saxofone). O disco ainda traz lindas participações de Dona Inah, Arnaldo Antunes e Nina Becker.

Outro tom labiríntico do disco é dado pelas composições de Romulo, com os parceiros e artistas plásticos Nuno Ramos e Clima (Eduardo Climachauska). Essa escrita labiríntica aponta para diversas direções e diferentes significados como uma boa obra de arte. É só ler os versos “Rosa azul é a boca vermelha / Céu nenhum é da nuca à orelha / Vôo cego é o sim da cigarra / Lua escura essa pinta na cara” ou “Eu em cada gosto razão / Cada bicho morto no chão / Voz vem ouvir”. Uma poesia torta, desconstruída, às vezes triste, irônica e até inconveniente, que dialoga bem com a voz grave e linear do cantor, que, aliás, canta cada vez melhor.

O labirinto está aberto: enverede-se!

Você pode ouvir, baixar e comprar o disco através do site: http://umlabirintoemcadape.blogspot.com/

SHOW DE LANÇAMENTO:
Quinta-feira, 30/06 às 21h
SESC Pompeia
Rua Clélia, 93 – Água Branca
Valores: de R$ 4 a R$ 12.

samedi, juin 18, 2011

Afinal...



Por Causa Dela, é a primeira canção da parcera Kiko Dinucci e Romulo Fróes.
A música está no repertório do Passo Torto, trio que une os dois e o compositor Rodrigo Campos. Eles tocaram ontem no Itaú Cultural e foi muito lindo, uma música melhor que a outra. É muito talento junto! E em breve disquinho deles na praça, coisa linda...

jeudi, juin 16, 2011

Elefantes na Rua Nova

texto meu publicado ontem no Uia.


Elefantes na Rua Nova é o nome do primeiro álbum solo do músico e produtor pernambucano Caçapa, que une a tradição da música regional nordestina às técnicas de composição da música erudita, criando uma bela trama costurada pela viola dinâmica, instrumento utilizado tradicionalmente no repente.

Caçapa iniciou sua trajetória na música na década de 90 com a banda Chão e Chinelo, que também contava com o rabequeiro Maciel Salu e seguia a linha de bandas como Mestre Ambrósio e Cascabulho. Apesar da curta duração a banda deixou o ótimo disco “Loa do boi meia-noite” lançado em 1999. Nos anos seguintes Caçapa iniciou sua carreira de produtor e arranjador com trabalhos em parceria com a cantora paulista Renata Rosa, Tiné, Biu Roque e Alessandra Leão.

Esse lançamento celebra os 15 anos de carreira de Caçapa, e sintetiza toda sua experiência como músico e arranjador e suas diversas influências que vão do coco e do maracatu à música barroca de Sebastian Bach. Elefantes na Rua Nova traz Caçapa tocando três violas dinâmicas, com Alessandra Leão na percussão e Hugo Lins no violão baixo.

A música produzida por Caçapa é rica e delicada, e se distancia do conceito Armorial – movimento que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular – que ainda é muito explorado por grupos instrumentais de Pernambuco. Em Elefantes na Rua Nova Caçapa produz, com muita liberdade e sabedoria, música popular atual.

Para ouvir: http://www.cacapa.mus.br/

mardi, juin 14, 2011

romantizando...

beet cake from tiger in a jar on Vimeo.



uma boa inspiração pra ir correndo fazer um bolo.

vendredi, juin 10, 2011

fazia tempo que não me sentia tão sentimental


Fiz uma mixtape no clima apaixonadinho a pedido da Dani Arrais pro seu site incrível Don't touch my moleskine.

Já tinha essa ideia de mixtape faz tempo, pois queria abrir com a vinheta da música Te Curtir, do finado Boato. Consegui! rs

Para ouvir a mixtape e baixar, cliquem aqui

Espero que gostem!