lundi, avril 05, 2010

seja marginal, seja herói


Ontem fui à exposição do Hélio Oiticica no Itaú Cultural.
Muito boa a expo, ótima seleção de trabalhos, bem envolvente.
Fiz a visita cronologicamente (mesmo não tendo uma indicação explícita pra isso na curadoria) e foi ótimo ver o caminho que o artista percorreu em sua trajetória.

No começo sua participação no movimento Neo Concreto, junto ao Grupo Frente, renderam a bela coleção dos "Metaesquemas", que pra mim é o ápice de sua obra, acho lindas as composições, sua busca pelo fim da pintura como conhecida, as referências fortes de Mondrian, Malevich, do design...




Depois chegam os anos 70, a tropicália, a catarse, a anarquia, e assim como no cinema de Glauber, na música dos Tropicalistas e no teatro de Zé Celso, Oiticica encontrou uma forma de questionar, bagunçar e anarquisar com o que vinha sendo feito até então nas artes-plásticas. O cenário político, de ditadura, determinava essas atitudes e a busca pela liberdade de expressão.
Assim vêm os Parangolés, instalações que buscam a interação, os happenigns, as "imagens sensorias". Ele abre portas para a arte contemporânea.

Pra mim essa confusão não comove tanto, digo estéticamente.
Mas entendo a importância da anarquia, dos questionamentos, da quebra dos conceitos tradicionais de se ver, pensar e produzir arte. De se permitir mais, de proibir menos. "É proibido proibir" já diria Caê.

Oiticica se divide em dois, duas produções distintas, duas decisivas participações em dois importantes momentos da arte brasileira. É de fato um dos maiores.

Aucun commentaire: