"... o momento é histórico, para o bem da nossa
espécie.
O terreno treme forte para os mal acostumados.
O costume anuncia, e a pele se regenera, para o bem da nossa
espécie."
Essa letra é da canção que abre o belíssimo disco
"Trabalhos Carnívoros" do compositor, cantor e produtor Gui Amabis.
O momento histórico é para mim o cenário brilhante e o
terreno que treme da atual produção da música popular brasileira, uma produção
que se regenera, e sim: para o bem da nossa espécie, como prova esse disco.
"Todas essas letras são o brilho de uma alegoria que
vivi e despi."
Já na canção "Tiro" Amabis dá o tom pessoal que
permeia o disco. Depois de se encontrar com suas memórias e raízes no disco de
estreia "Memórias Luso-Africanas" (2011), o músico amadurece na linguagem,
na canção e também no trabalho de cantor, assumindo esse lado ainda pouco
conhecido do público. As letras trazem experiências e narrativas pessoais, ao
mesmo tempo líricas e pragmáticas, "com o foco bem mais preciso" com
ele diz.
É um disco coeso, minucioso também na produção, no
repertório, no projeto gráfico, teaser e no lindo clipe (abaixo). Motivo de
tamanho capricho talvez venha de seu trabalho como produtor de trilhas sonoras
(já assinou de filmes como 'O Senhor das Armas', 'Quincas Berro D'água', 'Bruna
Surfistinha'...), metier que requer uma grande delicadeza e habilidade para
criar climas e atmosferas, o que fica claro em "Trabalhos
Carnívoros".
Outros pontos altos do disco? A balada
"Crepúsculo" aquela forte candidata ao repeat e a guitarra de outro
mestre dos climas Régis Damasceno.
Uma audição imperdível! O disco está disponível para
download no site do músico até 17 de novembro. Então vai lá!
"Já me disse um bom amigo, merece quem aceita."
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