jeudi, juillet 19, 2012

Mostra SESC de Artes 2012

Pessoas de capa preta, óxido de cromo, luvas, toque e sons em sala branca.



É com essa frase enigmática que a Mostra SESC de Artes 2012 se apresenta, seguida de seu slogan: Venha fazer sentido.

Com mais de dez anos de história a mostra é um recorte conceitual com uma ampla programação de arte contemporânea em suas diversas linguagens. O evento se apropria de todas as unidades Sesc, além de espaços inusitados da cidade como terrenos baldios, praças e outros espaços públicos , com o objetivo de provocar pausas, estranhamentos e reflexões.

A linha curatorial dessa edição partiu das discussões sobre “o tradicional ou a tradição no contexto contemporâneo, entendendo esta aproximação como um dos campos de investigação que tem se apresentando de maneira recorrente na produção artística recente” (diz o texto de apresentação). São mais de 70 atrações nacionais e internacionais nas linguagens de artes visuais, artemídia, cinema, dança, literatura, música e teatro.

No cinema as relações entre cinema contemporâneo e cinema mudo criam a instalação ‘Cabine Lumière’ com um filme colaborativo realizado por mais de 40 importantes cineastas como Peter Greenaway,  Abbas Kiarostami, Spike Lee, Win Wenders e outros. Em cartaz no SESC Interlagos e Itaquera.

Na música a curadoria gira em torno da conhecida world music e um foco na produção do hip hop africano, com os sul-africanos do Tumi and The Volume e o Blitz The Ambassador direto de Gana, representando esta direta influência do ocidente em conjunção com ritmos tradicionais. Um destaque da programação musical são os americanos da banda Dengue Fever que combinam rock psicodélico com alusões à realidade do Camboja.

Já nas artes visuais a mostra ‘Desobjetos: A Memória das Coisas’, título em referência a poesia de Manoel de Barros, fala de apropriações e deslocamentos, que possibilitam novos significados simbólicos e poéticos a objetos, materiais, costumes… Nomes conhecidos como Nuno Ramos, Elida Tessler, Marepe e Nazareth Pacheco fazem parte da mostra.

Já a frase enigmática dos anúncios é a descrição da instalação ‘Coded Sensation’ (foto) do australiano Martin Rille, que funciona através do toque, gerando uma explosão de sons e palavras… um convite a participação, à fazer sentido.

Dez dias, dezenas de atrações e uma única certeza: impossível acompanhar tanta coisa! Então entrem no site e façam a sua programação.

E para começar a reflexão compartilho a ideia do filósofo Celso Favaretto em que “tradição não é um passado, mas um modo de pensá-lo”.


http://mostrasescdeartes.sescsp.org.br/


texto meu publicado hoje no Uia.

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