vendredi, mai 25, 2012

no chão, no chão



nas telhas frias de alumínio
nas notas cegas do repique
nas sete mesas dessa casa
na língua presa da sua boca

nos automóveis verde água
no parachoque do caminhão
cinco famílias desbotadas
no chão, no chão

nas noites claras da cidade
no céu vermelho de abril
nos reis vermelhos do baralho
ninguém, ninguém te viu

no palco todo iluminado
o homem queria morrer
seu corpo desfeito e revelado
em pele e osso: você

um surdo
um plano
o mundo
você

a nêga
a hora
o resto
você

um nó
a meta
o olho
você

o todo
a cara
o medo
você


(Romulo Fróes / Alice Coutinho)

mais uma letra e uma estreia emocionante na Casa de Francisca.

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