vendredi, décembre 16, 2011

os mais mais...


Esse foi o ano da nova música brasileira. Não só nos lançamentos musicais, mas também no olhar mais aprofundado que a imprensa dedicou a ela, a presença mais fincada nos principais prêmios e festivais de música e aos grandes espaços que esses artistas têm alcançado. Demorou. Mas as coisas estão melhorando.

E a produção da geração foi intensa, um lançamento atrás do outro, um mais incrível que o outro. Nesse cenário explosivo foi dificílimo reduzir a 10 discos essa lista (isso porquê nos outros anos 5 já davam conta), e infelizmente deixei muita coisa boa fora, como o novo do Pélico - Que isso fique entre nós, o de Caçapa - Elefantes na Rua Nova, Douglas Germano - Orí, Karina Buhr - Longe de Onde, Junio Barreto - Setembro, e por aí vai...

Mas a intenção aqui era escolher 10, os mais tocados no meu rádinho, os mais cantarolados, os que pra mim são imperdíveis e emocionantes, e como vão perceber, não só da nova geração. Eis aqui (não necessariamente nessa ordem):

Romulo Fróes - Um labirinto em cada pé
O quarto álbum de Romulo reencontra o samba como ponto de partida e traz canções lindas com seus parceiros Nuno Ramos e Clima, como as incríveis “O filho de Deus”, “Um labirinto em cada pé” e “Máquina de Fumaça”. Gosto demais! + texto aqui

Metá Metá

O trio formado por Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França arrebenta nesse disco. Com voz, sax e violão eles dispensam a percussão e dialogam lindamente com o universo musical afro-religioso brasileiro. Destaque pra doce “Obatalá” e a explosiva “Oba Iná”.

Domenico Lancellotti - Cine Privê

Oito anos depois de seu disco Sincerely Hot, com o coletivo +2, Domenico traz Cine Privê, um disco bonito, manso e muito bem construído. Ele se diverte com suas experimentações e faz o samba soar eletrônico e o rock suingado. Faixas como “5 Sentidos” e “Cine Privê” são ponto alto.

Adriana Calcanhoto - Micróbio do Samba
Com esse disco Adriana apresenta seu olhar único e sútil ao samba, invertendo papéis, incluindo guitarra distorcida, pratos e xícaras. As canções são deliciosas e pra cantar junto como “Já reparô”, “Mais perfumado” e “Pode se remoer”. + texto aqui

Anelis Assumpção - Sou suspeita, estou sujeita, não sou santa

A tão aguardada estreia de Anelis Assumpção valeu cada minuto da espera. A cantora passeia por diversos ritmos como samba, reggae, afrobeat e une tudo muito bem com sua composição forte, que lembra vários momentos o seu pai, Itamar. Tem músicas deliciosas como “Mulher segundo meu pai”, “Luz nos meus olhinhos” e “Sonhando”.

Lirinha – Lira
O primeiro álbum solo de Lirinha (ex-Cordel do Fogo Encantado) é uma das maiores surpresas dessa lista. Nunca imaginei ouvi-lo ao som de uma guitarra roqueirahttp://www.blogger.com/img/blank.gif, e ah como dá certo! Lira tem grandes composições como “Ela vai dançar”, “Sistema lacrimal” e “Adebayor”. Não é um disco fácil a primeira escuta, mas é viciante! + texto aqui

Passo Torto
O encontro imperdível de três grandes compositores da nova cena da música Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Romulo Fróes. Os três junto ao baixista Marcelo Cabral colocam o foco na canção e apresentam 11 parcerias inéditas, que já nascem com a cara do quarteto. “É mesmo Assim”, “Sem Título Sem Amor” e “Três Canções Segunda Feira” são minhas preferidas. + texto aqui

Gal Costa – Recanto
Aos 44 do segundo tempo de 2011, Gal Costa destrói (no ótimo sentido) com o álbum Recanto. Com produção e composições herméticas e incríveis de Caetano, o disco traz um eletrônico arranhado de Kassin e sua turma e Gal vive! “Cara do mundo”, “Recanto escuro” e como não falar do inusitado funk “Miami Maculele”. Sensacional!

Criolo - Nó na Orelha
E não dá pra ignorar o “homem do ano” né? Criolo é praticamente unanimidade e merece. Nó na Orelha teve contribuição de luxo dos produtores Marcelo Cabral e Ganjaman e traz músicas irresistíveis como “Bogotá”, “Mariô” e “Subirusdoistiozin”.

Bixiga 70
Vou confessar que o show energético do Bixiga é mais legal que o disco, mas ele ainda tem força de sobra pra estar aqui nos top 10. Afrobeat, funk, dub, jazz... música instrumental pra se jogar! Ouve “Tema di Malaika” e “Grito de Paz” e diz se não é.

* texto publicado hoje no Uia.

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