mercredi, mars 07, 2007

A Solidão e sua Porta




Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha).


Quando, pelo desuso da navalha,
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha


a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida


com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.


Carlos Pena Filho

1 commentaire:

Ana Carmo a dit…

amo transição!!