"desfazer, agoniza
enquanto cai, ojeriza"
a cidade cai.
Novo clipe lindo do Passo Torto.
O Buraco, faixa do disco Passo Elétrico
mardi, décembre 03, 2013
samedi, mars 30, 2013
por uma páscoa frutada
E por chocolate o ano inteiro!
abaixo essa ditadura comercial desses ovos hidrogenados e caríssimos. por um ano inteiro cheio de chocolate do bom!
Por isso compartilho aqui esse vídeo receita bem bonito, de uma deliciosa (e simples) Torta de Frutas da Época. É feito pela Isabela do blog Os doces da minha mãe, e tem até trilha do cidadão mais que instigado Fernando Catatau.
abaixo essa ditadura comercial desses ovos hidrogenados e caríssimos. por um ano inteiro cheio de chocolate do bom!
Por isso compartilho aqui esse vídeo receita bem bonito, de uma deliciosa (e simples) Torta de Frutas da Época. É feito pela Isabela do blog Os doces da minha mãe, e tem até trilha do cidadão mais que instigado Fernando Catatau.
volta?
anunciaram e garantiram... mas nem o mundo e nem o blog se acabou.
foram apenas três meses de férias forçadas, de adaptação a uma nova e instigante rotina, de grandes desafios, de um ótimo carnaval e algumas boas viagens. e só assim num feriado de páscoa e de estudo me encorajei a voltar aqui.
mas tá bom de blá blá, vim só re-recomendar o filme documentário The Artist Is Present, de Marina Abramovic. falei aqui, mas depois de assistir quero falar de novo, não assistia algo tão comovente desde o filme Amor, e antes disso Pina.
vale a entrega, vale se emocionar junto e vale a euforia de fã...
e como a gente sempre tem o que esperar, esperemos ansiosos pelo lançamento de seu próximo trabalho em vídeo: A Corrente, dessa vez percorrendo a espiritualidade brasileira. isso mesmo, olha aqui.
foram apenas três meses de férias forçadas, de adaptação a uma nova e instigante rotina, de grandes desafios, de um ótimo carnaval e algumas boas viagens. e só assim num feriado de páscoa e de estudo me encorajei a voltar aqui.
mas tá bom de blá blá, vim só re-recomendar o filme documentário The Artist Is Present, de Marina Abramovic. falei aqui, mas depois de assistir quero falar de novo, não assistia algo tão comovente desde o filme Amor, e antes disso Pina.
vale a entrega, vale se emocionar junto e vale a euforia de fã...
e como a gente sempre tem o que esperar, esperemos ansiosos pelo lançamento de seu próximo trabalho em vídeo: A Corrente, dessa vez percorrendo a espiritualidade brasileira. isso mesmo, olha aqui.
mercredi, décembre 05, 2012
um abraçaço pra terminar o ano (ou o mundo)
eu não quero fazer piada sobre o fim do mundo, pois acho isso uma chatice e a própria piada em si...
o título então foi só pra soar contemporâneo, já que ser contemporâneo é uma das características mais fortes na personalidade e obra do meu gênio mais querido: Caetano Veloso.
encerrando a fantástica trilogia com a banda Cê, Caê lançou ontem o álbum "Abraçaço", um disco um tico menos inspirado que seus dois anteriores, mas que traz pérolas da canção popular e que ganha mais e mais espaço a cada audição.
como disse Nuno Ramos ontem, se referindo a obra de Lorenzo Mammi "clássico é a obra que dá conta de tudo, inclusive dela mesma", e acho que Caetano faz isso com maestria na sua obra e fez agora em "abraçaço", instantaneamente um clássico!
canções como Estou Triste e Quando o Galo Cantou já valem por todo o disco e mais um pouco, com versos lindos, melancólicos e geniais como "Eu me sinto vazio/ E ainda assim farto/ Estou triste, tão triste/ E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto".
ou "eu queria parar / esse instante de nunca parar / nós instituímos esse lugar / nada virá"
só é uma pena que esse abraço seja de uma despedida, desses seis anos de parceria, inovação, liberdade e aposta que teve com o Cê de Pedro Sá, Marcelo Calado e Ricardo Dias Gomes. mas essa obra grandiosa fica: com Cê, Zii e Zie, Recanto e Abraçaço, numa trajetória ainda mais gradiosa. valeu Caê! Aquele abraçaço!
o título então foi só pra soar contemporâneo, já que ser contemporâneo é uma das características mais fortes na personalidade e obra do meu gênio mais querido: Caetano Veloso.
encerrando a fantástica trilogia com a banda Cê, Caê lançou ontem o álbum "Abraçaço", um disco um tico menos inspirado que seus dois anteriores, mas que traz pérolas da canção popular e que ganha mais e mais espaço a cada audição.
como disse Nuno Ramos ontem, se referindo a obra de Lorenzo Mammi "clássico é a obra que dá conta de tudo, inclusive dela mesma", e acho que Caetano faz isso com maestria na sua obra e fez agora em "abraçaço", instantaneamente um clássico!
canções como Estou Triste e Quando o Galo Cantou já valem por todo o disco e mais um pouco, com versos lindos, melancólicos e geniais como "Eu me sinto vazio/ E ainda assim farto/ Estou triste, tão triste/ E o lugar mais frio do Rio é o meu quarto".
ou "eu queria parar / esse instante de nunca parar / nós instituímos esse lugar / nada virá"
só é uma pena que esse abraço seja de uma despedida, desses seis anos de parceria, inovação, liberdade e aposta que teve com o Cê de Pedro Sá, Marcelo Calado e Ricardo Dias Gomes. mas essa obra grandiosa fica: com Cê, Zii e Zie, Recanto e Abraçaço, numa trajetória ainda mais gradiosa. valeu Caê! Aquele abraçaço!
vendredi, novembre 09, 2012
afro-metal
Essa semana o trio Metá Metá, formado por Juçara Marçal, Kiko Dinucci
e Thiago França, lançou virtualmente o segundo e aguardado álbum MetaL
MetaL.
A brincadeira e referência ao gênero do rock surgiu durante os shows do primeiro disco quando ampliaram a formação original - voz, violão e sax - incluindo baixo, percussão e bateria, formando uma versão mais "pesada" do Metá.
Mas a nova formação não deu apenas mais peso a sonoridade, ela possibilitou ampliar a linguagem musical do trio e trazer novas referências ao tema, que permanece o mesmo: o universo musical afro-religioso brasileiro.
Desde os "Os Afro-sambas" de Baden e Vinícius que esse universo é constantemente referenciado na canção popular brasileira, mas desde 1966 não havia um álbum inteiro dedicado ao tema, e tão feliz e ousado como MetaL MetaL.
O violão de Kiko Dinucci, muitas vezes relacionado à Baden por sua forma percussiva, agora divide espaço com uma guitarra que parece receber o mesmo tratamento dedilhado, percussivo e até arranhado, com referências da guitarrada paraense e de ritmos africanos. O mesmo acontece com Thiago França que une ao sax e flauta, sintetizadores e o sopro eletrônico do EWI.
Esses ritmos africanos estão muito presentes nesse álbum, do afrobeat nigeriano na faixa 'Logun', a um clima etíope que lembra o trabalho de Mulatu Astatke na 'Man Feriman' até a doce canção 'Cobra Rasteira' que tem ares cabo verdianos.
Cantigas de domínio público tradicionais nos terreiros de candomblé unem-se a composições de Kiko e de sua parceria com Douglas Germano, algumas já gravadas anteriormente como 'São Jorge' e 'Rainha das Cabeças' que foram ganhando novo corpo e vigor nos shows. A temática das letras são os Orixás - Exu, Iansã, Ogun, Oxum, Logun Edé e Orunmila estão representados em canções que seguem os moldes dos cantos religiosos de adoração e celebração, inclusive escritos também na língua iorubá.
A celebração é intencional, as músicas são quase todas fortes, agressivas, com andamentos rápidos, parecendo ser feitas para a catarse coletiva. E o canto de Juçara Marçal que passeia incrivelmente pelos diversos climas e tons é que transporta e compartilha a todos essa catarse. A atitude e a força do disco é que vem do rock, do heavy metal!
E fechando o álbum a canção 'Tristeza Não' de Alice Ruiz e Itamar Assumpção, que apesar de fugir da temática do disco, acentua o metal e encerra com uma grande homenagem ao cantor que é referência para o trio.
"Cantar como quem resiste
Resistir como quem deseja
Meu versejar seja
Sorriso que te visite
A brisa que te beija
E que te festeja"
E Viva o MetaL!
O disco está disponível para download no site: http://www.kikodinucci.com.br/
* texto publicado hoje no Uia
A brincadeira e referência ao gênero do rock surgiu durante os shows do primeiro disco quando ampliaram a formação original - voz, violão e sax - incluindo baixo, percussão e bateria, formando uma versão mais "pesada" do Metá.
Mas a nova formação não deu apenas mais peso a sonoridade, ela possibilitou ampliar a linguagem musical do trio e trazer novas referências ao tema, que permanece o mesmo: o universo musical afro-religioso brasileiro.
Desde os "Os Afro-sambas" de Baden e Vinícius que esse universo é constantemente referenciado na canção popular brasileira, mas desde 1966 não havia um álbum inteiro dedicado ao tema, e tão feliz e ousado como MetaL MetaL.
O violão de Kiko Dinucci, muitas vezes relacionado à Baden por sua forma percussiva, agora divide espaço com uma guitarra que parece receber o mesmo tratamento dedilhado, percussivo e até arranhado, com referências da guitarrada paraense e de ritmos africanos. O mesmo acontece com Thiago França que une ao sax e flauta, sintetizadores e o sopro eletrônico do EWI.
Esses ritmos africanos estão muito presentes nesse álbum, do afrobeat nigeriano na faixa 'Logun', a um clima etíope que lembra o trabalho de Mulatu Astatke na 'Man Feriman' até a doce canção 'Cobra Rasteira' que tem ares cabo verdianos.
Cantigas de domínio público tradicionais nos terreiros de candomblé unem-se a composições de Kiko e de sua parceria com Douglas Germano, algumas já gravadas anteriormente como 'São Jorge' e 'Rainha das Cabeças' que foram ganhando novo corpo e vigor nos shows. A temática das letras são os Orixás - Exu, Iansã, Ogun, Oxum, Logun Edé e Orunmila estão representados em canções que seguem os moldes dos cantos religiosos de adoração e celebração, inclusive escritos também na língua iorubá.
A celebração é intencional, as músicas são quase todas fortes, agressivas, com andamentos rápidos, parecendo ser feitas para a catarse coletiva. E o canto de Juçara Marçal que passeia incrivelmente pelos diversos climas e tons é que transporta e compartilha a todos essa catarse. A atitude e a força do disco é que vem do rock, do heavy metal!
E fechando o álbum a canção 'Tristeza Não' de Alice Ruiz e Itamar Assumpção, que apesar de fugir da temática do disco, acentua o metal e encerra com uma grande homenagem ao cantor que é referência para o trio.
"Cantar como quem resiste
Resistir como quem deseja
Meu versejar seja
Sorriso que te visite
A brisa que te beija
E que te festeja"
E Viva o MetaL!
O disco está disponível para download no site: http://www.kikodinucci.com.br/
* texto publicado hoje no Uia
jeudi, novembre 01, 2012
Trabalhos Carnívoros
"... o momento é histórico, para o bem da nossa
espécie.
O terreno treme forte para os mal acostumados.
O costume anuncia, e a pele se regenera, para o bem da nossa
espécie."
Essa letra é da canção que abre o belíssimo disco
"Trabalhos Carnívoros" do compositor, cantor e produtor Gui Amabis.
O momento histórico é para mim o cenário brilhante e o
terreno que treme da atual produção da música popular brasileira, uma produção
que se regenera, e sim: para o bem da nossa espécie, como prova esse disco.
"Todas essas letras são o brilho de uma alegoria que
vivi e despi."
Já na canção "Tiro" Amabis dá o tom pessoal que
permeia o disco. Depois de se encontrar com suas memórias e raízes no disco de
estreia "Memórias Luso-Africanas" (2011), o músico amadurece na linguagem,
na canção e também no trabalho de cantor, assumindo esse lado ainda pouco
conhecido do público. As letras trazem experiências e narrativas pessoais, ao
mesmo tempo líricas e pragmáticas, "com o foco bem mais preciso" com
ele diz.
É um disco coeso, minucioso também na produção, no
repertório, no projeto gráfico, teaser e no lindo clipe (abaixo). Motivo de
tamanho capricho talvez venha de seu trabalho como produtor de trilhas sonoras
(já assinou de filmes como 'O Senhor das Armas', 'Quincas Berro D'água', 'Bruna
Surfistinha'...), metier que requer uma grande delicadeza e habilidade para
criar climas e atmosferas, o que fica claro em "Trabalhos
Carnívoros".
Outros pontos altos do disco? A balada
"Crepúsculo" aquela forte candidata ao repeat e a guitarra de outro
mestre dos climas Régis Damasceno.
Uma audição imperdível! O disco está disponível para
download no site do músico até 17 de novembro. Então vai lá!
"Já me disse um bom amigo, merece quem aceita."
vendredi, octobre 12, 2012
pour les enfants
para todos os filhos, as crianças e ex-crianças...
mixtape de pai pra filho
01. Caetano Veloso - Boas Vindas
02. Siba - Bravura e Brilho
03. Milton Nascimento - Pablo II
04. Gui Amabis - Doce Demora
05. João Gilberto - João Marcello
06. Tom Jobim - Samba de Maria Luiza
07. Dorival Caymmi - Acalanto
08. Lucas Santtana - Dia de Furar Onda no Mar
09. Jorge Ben - Meus Filhos, Meu Tesouro
10. Anelis Assumpção - Luz nos Meus Olhinhos
11. Stevie Wonder - Isn't She Lovely
mixtape de pai pra filho
02. Siba - Bravura e Brilho
03. Milton Nascimento - Pablo II
04. Gui Amabis - Doce Demora
05. João Gilberto - João Marcello
06. Tom Jobim - Samba de Maria Luiza
07. Dorival Caymmi - Acalanto
08. Lucas Santtana - Dia de Furar Onda no Mar
09. Jorge Ben - Meus Filhos, Meu Tesouro
10. Anelis Assumpção - Luz nos Meus Olhinhos
11. Stevie Wonder - Isn't She Lovely
jeudi, octobre 11, 2012
abre devagar...
usa devagar...
mais uma letra minha, em parceria com Rodrigo Campos e Romulo Fróes.
:)
mercredi, octobre 10, 2012
música-ajuda
"Minha mãe disse e depois li em algum livro: são necessários cerca de
seis meses pra curar uma dor de amor. Um cartaz pra cada dia que passa
pra fazer passar."
assim a designer Lanna Collares resolveu criar o tumblr 180 Cartazes Pra Sair da Fossa.
transformar a fossa em algo legal é para poucos, então compartilho aqui alguns de seus cartazes, já que música é a única auto-ajuda que eu reconheço....
levanta, sacode a poeira e dá volta por cima, ou não é?
assim a designer Lanna Collares resolveu criar o tumblr 180 Cartazes Pra Sair da Fossa.
transformar a fossa em algo legal é para poucos, então compartilho aqui alguns de seus cartazes, já que música é a única auto-ajuda que eu reconheço....
levanta, sacode a poeira e dá volta por cima, ou não é?
mardi, octobre 02, 2012
quizumba
uma nova invenção, festa, fanfarra, confusão... é a Quizumba (sonora) que vamos fazer nessa quinta-feira, dia 4 de outubro, num lugar de nome sugestivo: Caos! Num endereço que também combina com esse auê todo: a Rua Augusta (584).
eu e Ana (as Benditas) convidamos um casal que adoramos: Luanda e Nirso (e que arrasam nas pistas) para dividir essa empreitada com a gente.
o que vai se ouvir lá é um mistério, mas aqui damos algumas dicas aqui, ó:
como já diria Macalé: Let's Play That! e nos vemos na pista!
eu e Ana (as Benditas) convidamos um casal que adoramos: Luanda e Nirso (e que arrasam nas pistas) para dividir essa empreitada com a gente.
o que vai se ouvir lá é um mistério, mas aqui damos algumas dicas aqui, ó:
como já diria Macalé: Let's Play That! e nos vemos na pista!
lundi, septembre 17, 2012
Sala de Ensaio
“Goethe dizia que só o conhecimento insuficiente é criativo”
Essa citação de Francisco Bosco em seu ensaio ‘Oferenda Textual’ para mim diz muito do livro Sala de Ensaio – textos sobre a São Paulo Companhia de Dança.
No início do ano tive a oportunidade de conhecer o trabalho dessa nova companhia, que completou 4 anos em 2012 (leia mais aqui), e fiquei impressionada com o trabalho sério e criativo que eles desenvolvem por lá.
Além da produção e circulação dos espetáculos de dança a companhia aposta também em programas educativos para estudantes e professores, um núcleo de memória da dança com produção de documentários sobre bailarinos e coreógrafos importantes na história da dança no Brasil, e uma área de publicações, que é o objeto desse texto.
Já são três livros lançados: Primeira Estação (2009), Sala de Ensaio (2010) e Terceiro Sinal (2011) todos organizados pela Inês Bogéa, diretora da Companhia, e o mais interessante é que não são livros teóricos sobre dança, eles reúnem ensaios, ficções, desenhos e fotografias.
Ficções? Pois é, foi com essa pulga de curiosidade que comprei o livro Sala de Ensaio, que reúne, entre os autores convidados, cronistas como Antonio Prata e Fabrício Corsaletti, escritores que não me pareciam ter nenhuma intimidade com o tema.
E é justamente dessa falta de intimidade, ou falta de conhecimento, como diz o Goethe na citação acima, que surgem instigantes e criativos textos, de leigo para leigo. E cada autor, fora de sua zona de conforto, experimenta a aproximação com a dança revelando a fascinação, a graça, suas descobertas e dúvidas.
Há desde o olhar do escritor e curador Agnaldo Farias sobre a relação do bailarino com o ensaio, as repetições e o desgaste, a bonitas ilustrações do Diário Ilustrado de Caco Galhardo. E um ensaio do crítico literário Manuel da Costa Pinto que usa Paul Valéry para fazer uma análise da linguagem da dança, a história de um jornalista apaixonado por uma bailarina, de Fabrício Corsaletti.
Em capa dura e edição de luxo a SPCD te convida para um ensaio, então abrace o desconhecido e chame ele pra dançar.
.
Editora: Imprensa Oficial
Páginas: 288
Quanto: R$ 50
http://livraria.imprensaoficial.com.br/
texto publicado hoje no Uia.
Essa citação de Francisco Bosco em seu ensaio ‘Oferenda Textual’ para mim diz muito do livro Sala de Ensaio – textos sobre a São Paulo Companhia de Dança.
No início do ano tive a oportunidade de conhecer o trabalho dessa nova companhia, que completou 4 anos em 2012 (leia mais aqui), e fiquei impressionada com o trabalho sério e criativo que eles desenvolvem por lá.
Além da produção e circulação dos espetáculos de dança a companhia aposta também em programas educativos para estudantes e professores, um núcleo de memória da dança com produção de documentários sobre bailarinos e coreógrafos importantes na história da dança no Brasil, e uma área de publicações, que é o objeto desse texto.
Já são três livros lançados: Primeira Estação (2009), Sala de Ensaio (2010) e Terceiro Sinal (2011) todos organizados pela Inês Bogéa, diretora da Companhia, e o mais interessante é que não são livros teóricos sobre dança, eles reúnem ensaios, ficções, desenhos e fotografias.
Ficções? Pois é, foi com essa pulga de curiosidade que comprei o livro Sala de Ensaio, que reúne, entre os autores convidados, cronistas como Antonio Prata e Fabrício Corsaletti, escritores que não me pareciam ter nenhuma intimidade com o tema.
E é justamente dessa falta de intimidade, ou falta de conhecimento, como diz o Goethe na citação acima, que surgem instigantes e criativos textos, de leigo para leigo. E cada autor, fora de sua zona de conforto, experimenta a aproximação com a dança revelando a fascinação, a graça, suas descobertas e dúvidas.
Há desde o olhar do escritor e curador Agnaldo Farias sobre a relação do bailarino com o ensaio, as repetições e o desgaste, a bonitas ilustrações do Diário Ilustrado de Caco Galhardo. E um ensaio do crítico literário Manuel da Costa Pinto que usa Paul Valéry para fazer uma análise da linguagem da dança, a história de um jornalista apaixonado por uma bailarina, de Fabrício Corsaletti.
Em capa dura e edição de luxo a SPCD te convida para um ensaio, então abrace o desconhecido e chame ele pra dançar.
.
Sala de Ensaio
Organizadora: Inês BogêaEditora: Imprensa Oficial
Páginas: 288
Quanto: R$ 50
http://livraria.imprensaoficial.com.br/
texto publicado hoje no Uia.
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